10 passos para você começar a sua reeducação alimentar

Se você pretende dar o primeiro passo pra melhorar sua saúde e bem-estar, é preciso pensar em sua alimentação. Pra isso, uma jornada na reeducação alimentar pode melhorar sua percepção e contato com os alimentos. Esse movimento nada mais é do que uma tomada de consciência alimentar que pode durar por toda a vida.
O problema é quando a ansiedade por adotar um estilo de vida mais saudável nos torna radicais e acabamos excluindo por completo alimentos e atividades sociais que nos deixam felizes no dia a dia. Assim, fica difícil manter os bons hábitos por muito tempo, não é mesmo?
Por esse motivo, os especialistas em nutrição sempre recomendam a reeducação alimentar. E é sobre isso que vamos falar no post de hoje. Confira!
O que é a reeducação alimentar?
A reeducação alimentar compreende um conjunto de ações adotadas pelo indivíduo que deseja modificar positivamente o seu estilo de vida. É o caminho pra uma alimentação mais balanceada, equilibrada, colorida e variada.
Diferente do que muitas vezes é pregado pela mídia, através da divulgação de alimentos milagrosos e dietas restritivas, a reeducação alimentar parece de fato influenciar a construção e, principalmente, a manutenção de hábitos alimentares saudáveis.
No entanto, a reeducação alimentar não apresenta caráter imediatista. Isso significa que é preciso paciência, calma e respeito ao seu corpo e ao seu próprio tempo de adaptação aos novos hábitos. É verdade que esse processo pode demorar um pouco mais pra demonstrar o alcance de seus objetivos – como manutenção de um peso saudável, ganho de massa magra e redução do percentual de gordura corporal, por exemplo. No entanto, somente a reeducação alimentar garante esses resultados de forma segura e permanente.
Além disso, é muito mais bacana observar todas as mudanças quando são frutos de um processo acolhedor e não restritivo 🙂
Quais são os benefícios da reeducação alimentar?
Criando hábitos alimentares saudáveis, é possível:
- Realizar a manutenção de um peso saudável. Com o corpo nutrido e fazendo escolhas alimentares mais inteligentes e saudáveis, o emagrecimento acontece de forma natural;
- Aumentar a massa muscular de forma segura. É verdade que todos nós precisamos de nutrientes que colaboram com o correto desenvolvimento e saúde do corpo, como proteínas, carboidratos, gorduras boas, vitaminas, minerais e antioxidantes. Acontece que a quantidade ideal de cada nutriente vai depender das características individuais de cada um, como gênero, idade, composição corporal e prática de atividade física. Com a reeducação alimentar alinhada aos seus objetivos, será possível garantir de forma segura o aumento da massa muscular;
- Fortalecer o sistema imunológico. Quando suas escolhas alimentares permeiam o maior consumo de verduras, legumes, frutas, cereais e grãos integrais, castanhas, nozes e sementes, naturalmente você estará ingerindo uma gama importante de fibras, vitaminas, minerais e antioxidantes. Muitos desses nutrientes têm a função de colaborar com o sistema de defesa do corpo, prevenindo assim gripes, resfriados e infecções;
- Evitar o aparecimento de determinadas doenças. Com uma alimentação mais saudável, balanceada e variada, evita-se o consumo excessivo de açúcares, sódio e gorduras saturadas, por exemplo. Assim, é possível prevenir o aumento da pressão arterial e dos níveis de colesterol e açúcar no sangue.
Quais são os passos pra começar uma reeducação alimentar?
Desde muito cedo somos influenciados pelo meio em que vivemos. Se a família tem o hábito de sempre fazer as refeições tomando refrigerante e nunca abre mão da sobremesa, é de se esperar que as crianças cresçam com uma forte dependência de açúcar, por exemplo.
Seguindo a mesma lógica, se os pais não têm o costume de brincar com os filhos ao ar livre e fazem de tudo pra não colocar o corpo em movimento, fica muito difícil convencer os pequenos da importância de praticar esportes.
E é aí que entra a reeducação alimentar. A ideia é aprender do básico como comer da forma correta, saudável, adotando hábitos que podem ser seguidos todos os dias, sem sofrimentos e grandes restrições.
Pra que você comece a sua mudança de forma definitiva, pequenas coisas podem ser feitas, mas que geram grandes resultados. Confira!
Mantenha uma hidratação adequada
Com certeza você sempre escuta essa dica por aí, mas pode ser que ainda não tenha levado muito a sério a importância de permanecer hidratado, certo?
O corpo humano é constituído por 70% de água, um componente indispensável para o sangue, células e órgãos. Afinal, entre tantas funções, a água auxilia no transporte de nutrientes pra corrente sanguínea, é fundamental para o correto funcionamento do intestino e do trato urinário e é essencial pra manutenção de uma pele saudável.
A quantidade de água necessária por dia é diferente pra cada pessoa, além de variar dependendo da atividade física exercida e da temperatura e umidade do ambiente. No entanto, de modo geral, recomenda-se o consumo de 2 litros de água pura por dia.
Uma dica pra controlar o consumo de água é apostar nas garrafinhas. Crie uma meta e faça o possível pra beber, por exemplo, 4 garrafinhas de 500ml por dia (2 de manhã e 2 à tarde). Deixe a água na mesa de trabalho ou estudo e não se esqueça de levar a garrafinha com você quando estiver na rua.
Além de cumprir a recomendação de água por dia, você também pode complementar sua hidratação com bebidas saudáveis: sucos naturais de frutas e chás sem açúcar, água de coco e água aromatizada são ótimas opções.
Procure reeducar o seu paladar
A percepção dos gostos, como o doce, o salgado, o amargo, o azedo e o umami, é determinada principalmente pelas papilas gustativas localizadas na língua. E, embora exista certa preferência a determinados sabores, também é possível reeducar o paladar.
Pra essa adaptação, é muito importante reduzir o consumo de alimentos ultraprocessados, como as bolachas recheadas, os salgadinhos de pacote, os refrigerantes, as guloseimas, os temperos prontos e os macarrões instantâneos, por exemplo.
Os ultraprocessados, normalmente, contêm grande quantidade de açúcares, sódio, gorduras saturadas e aditivos alimentares, como os realçadores de sabor. Com a diminuição do consumo dos mesmos, fica mais fácil a aceitação dos sabores naturais dos “alimentos de verdade”.
Teste novos sabores e novas experiências gastronômicas
Temos o hábito de experimentar um alimento uma única vez e logo decidir que ele ficará de fora do nosso dia a dia, seja pela textura, ou pelo sabor que não agradou à primeira vista. No entanto, estudos científicos mostram que é preciso consumir até 8 vezes o mesmo alimento pra definir se, de fato, você não o tolera.
Então, experimente o mesmo alimento preparado de diferentes formas: cru, cozido, assado, grelhado, gratinado, refogado… você também pode apostar em diferentes temperos naturais. As ervas e as especiarias, como a hortelã, o manjericão, o alecrim, o tomilho, o cheiro verde, as pimentas, a canela, o cravo, a cúrcuma e tantas outras, estão aí pra oferecer aromas e sabores muito especiais!
Adote a “regra da metade do prato”
Se você está iniciando agora a reeducação alimentar, pode ser que ainda não tenha muita segurança pra fazer as escolhas certas na hora de montar o prato. A dica de ouro aqui é sempre ocupar metade do prato com verduras e legumes.
E os benefícios dessa prática são muitos, não apenas a redução de calorias, longe disso. Consumindo uma grande quantidade de folhas e legumes crus ou cozidos, você aumenta consideravelmente a ingestão diária de fibras alimentares, nutrientes essenciais para o correto funcionamento do intestino, pra saúde do coração e também pra contribuir com a sensação de saciedade, tornando-se bons aliados para o controle de peso.
Pra não errar nas escolhas, você também pode optar por comprar refeições saudáveis em porções. Assim, você começa a sua reeducação alimentar com o pé direito e ainda ganha em praticidade. Apenas tenha atenção ao escolher uma marca de confiança e que trabalhe com ingredientes selecionados.
Opte por produtos integrais
Pra adicionar uma quantidade extra de fibras ao seu dia a dia, sempre dê preferência aos produtos integrais. E essa dica vale pra cereais, grãos, pães, torradas, biscoitos e até mesmo os salgados.
Além de contribuir para o bom funcionamento do intestino e ajudar na sensação de saciedade, o alimento integral também apresenta menor índice glicêmico, o que é essencial pra evitar picos de glicemia (açúcar presente no sangue) durante o dia e contribuir pra redução do risco de diabetes tipo 2.
Procure não pular as refeições e coma devagar, saboreando os alimentos
Se adaptar a uma alimentação saudável, é também se adaptar aos horários e ao tempo das refeições. Segundo o Guia Alimentar para a População Brasileira, refeições feitas em horários semelhantes todos os dias e consumidas com atenção e sem pressa favorecem a digestão dos alimentos e também evitam que se coma mais do que o necessário.
Os mecanismos biológicos que regulam nosso apetite são complexos, dependem de vários estímulos e levam certo tempo até perceberem que já comemos o suficiente. Em outras palavras, comer de forma regular, devagar e com atenção é uma boa maneira de controlar naturalmente o quanto comemos.
Coma em ambientes apropriados
O nosso guia alimentar também estimula o consumo das refeições em locais limpos, confortáveis e tranquilos e onde não haja estímulos para o consumo de quantidades ilimitadas de alimentos.
As características do ambiente onde comemos influenciam a quantidade de alimentos que ingerimos e o prazer que podemos desfrutar da alimentação. Cheiros, sons, iluminação, conforto, condições de limpeza e outras características do lugar são importantes. Afinal, locais agradáveis ajudam a concentração no ato de comer e convidam a que se coma devagar. Assim, permitem que os alimentos e as preparações culinárias sejam apreciados adequadamente e contribuem pra que não comamos em excesso.
Também é importante evitar o contato com telefones celulares, notebooks, televisores e outros aparelhos eletrônicos durante as refeições.
Sempre que possível, coma em companhia
Prefira comer em companhia, com familiares, amigos ou colegas de trabalho ou escola. Procure compartilhar também as atividades domésticas que antecedem ou sucedem o consumo das refeições. Seres humanos são seres sociais e o hábito de comer em companhia está impregnado em nossa história, assim como a divisão da responsabilidade por encontrar ou adquirir, preparar e cozinhar alimentos.
Compartilhar o comer e as atividades envolvidas neste ato é um modo simples e profundo de criar e desenvolver relações entre pessoas. Dessa forma, comer é parte natural da vida social.
Atente-se aos rótulos dos alimentos
Iniciar uma educação alimentar e nutricional é também tornar-se autônomo em relação as sua escolhas alimentares, e saber exatamente o que se está consumindo em cada refeição.
Por isso, parte essencial desse processo é atentar-se aos rótulos alimentares. Busque na informação nutricional se o alimento apresenta, de fato, todos os nutrientes divulgados na embalagem. Ainda, crie o hábito de observar a lista de ingredientes. Ali estarão, em ordem decrescente, todos os ingredientes utilizados no preparo daquele alimento.
Também é importante tornar-se um consumidor ativo e cobrar informações completas, claras e exatas da indústria de alimentos.
Pratique exercícios físicos
A alimentação saudável e a atividade física andam de mãos dadas. Sendo assim, pra melhora da qualidade de vida, é indispensável que além de uma correta nutrição, também sejam praticados exercícios físicos regularmente.
Como você viu, iniciar uma reeducação alimentar não é difícil. Tendo atenção às pequenas escolhas e mudando hábitos não tão saudáveis, em pouco tempo já é possível desfrutar de uma rotina muito mais leve e prazerosa.
E não se esqueça de procurar um nutricionista, profissional especializado pra orientar corretamente sua reeducação alimentar.
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Referências bibliográficas:
Krause, MV. Mahan, LK. Escott-stump, S. Krause – Alimentos, Nutrição e Dietoterapia. 12ᵃ ed. 2ᵃ tiragem. São Paulo:Roca, 2010.
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Guia alimentar para a população brasileira / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. – 2. ed., 1. reimpr. – Brasília : Ministério da Saúde, 2014.
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