Carne processada faz mal? Entenda

A carne processada faz parte do dia a dia de muita gente, principalmente de quem leva uma vida corrida. Está presente nos lanches, sanduíches e outras preparações rápidas.
No entanto, é preciso ficar atento ao seu consumo. Isso, porque esse tipos de alimento pode trazer diversos impactos negativos à saúde, além do prejuízo ao meio ambiente.
O que é carne processada
O processamento de carne iniciou, historicamente, com a salga e defumação de alimentos. Isso, muitos séculos antes das práticas de refrigeração disponíveis hoje. O objetivo da técnica era preservar as carnes por um maior período tempo, assim, assegurando a consumo em períodos em escassez de alimentos.
Em suma, a carne processada é um produto alterado do seu estado original, por meio da submissão a diferentes processos de transformação ou elaboração. Entre elas, a moagem, adição de ingredientes e aditivos, cozimentos, além de outras modificações.
Em geral, são produzidos a partir de insumos como carne bovina, suína, de frango, peixes ou peru, por exemplo. Em outras palavras, a carne processada é qualquer carne que tenha sido alterada por cura, fermentação, salga, defumação e afins.
Ou seja, tudo aquilo que altera a aparência, textura e sabor dos produtos, aumenta o prazo de validade da carne processada. Em alguns casos, proporciona maior praticidade e sabores queridos ao consumidor final, mas comprometem a qualidade no que toca à saúde.
Logo, eles são ou estão presentes em produtos bastante populares. São usadas em pizzas, sanduíches, salgados e etc. Presunto, salsicha, linguiça, salame, mortadela, patês e bacon, por exemplo, figuram entre a lista das carnes processadas.
Como é feita a carne processada
Os principais ingredientes desses produtos são, geralmente, carne de músculo e gordura. Além disso, outros tecidos animais são acrescidos à mistura. De acordo com a FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, braço da ONU), órgãos internos, peles, sangue e insumos de origem animal também são acrescentados na produção desses alimentos.
As transformações feitas para obter a carne processada incluem tratamentos físicos, químicos e biológicos. Como já citado, figuram na lista: moagem, cura, defumação, cozimento, fermentação, desidratação, secagem, entre outros.
Existem, ainda, diferentes tipos de processamento para tais produtos. Quanto mais processado for, menos ele preserva de suas características nutricionais, e mais ele aumenta o potencial de risco à saúde, se comparados com produtos in natura.
Em primeiro lugar estão os chamados produtos minimamente processados. São carnes sem adição de sal, óleos, gorduras e etc. São as peças geralmente comercializadas em feiras, supermercados ou açougues. Podem ser bovinas, aves, pescados e suínas – vendidas frescas, resfriadas ou congeladas.
Em segundo lugar se encontram as carnes processadas. São aquelas fabricadas industrialmente agregando sal, açúcar e outras substâncias para torná-las mais duráveis e atrativas ao paladar. Carne seca, sardinha e bacon, por exemplo, fazem parte desse grupo.
Por último, os produtos ultra-processados. Tratam-se de formulações da indústria feitas totalmente ou majoritariamente de insumos de alimentos, derivadas de constituintes ou sintetizadas em laboratório, tendo como base matérias orgânicas. São exemplos de ultra-processados: hambúrgueres, os famosos nuggets, salsichas e outros embutidos.
O impacto da carne processada na sua saúde
A lista dos motivos para não consumir ou diminuir o consumo de carne processada é grande. Em primeiro lugar, as carnes processadas são cancerígenas. Desde 2015, fazem parte da lista de alimentos carcinogênicos pela Agência Internacional para a Pesquisa do Câncer (IARC), da Organização Mundial da Saúde.
Esse tipo de alimento é citado ao lado de substâncias como tabaco, álcool e amianto. Para isso, foi feita uma avaliação dos riscos do consumo de carne vermelha e processada que concluiu e classificou as carnes processadas como carcinogênicas para humanos. Aliás, a cada 50g de carne processada consumida por dia, o risco de desenvolver câncer aumenta 18%.
Além do potencial cancerígeno, elas possuem alto teor de gorduras e substâncias químicas tóxicas e bastante prejudiciais ao organismo. Quem consome embutidos (como mortadela e salsicha, por exemplo) e alimentos defumados tem maior chance de desenvolver algum problema cardíaco.
É o que diz um estudo realizado por pesquisadores da Escola de Saúde Pública de Harvard (HSPH). Essas pessoas estão mais propensas a infartos e AVCs a longo prazo – com risco 42% maior de desenvolver doenças como a hipertensão e doenças cardíacas.
Em suma, a carne processada possui altos índices de gordura e sódio. Dessa maneira, tende a aumentar o colesterol ruim (LDL) do corpo, além de atrapalhar os processos de cicatrização do organismo. Um estudo publicado pela revista BMC Medicine, inclusive, aponta que o consumo excessivo desses alimentos contribui para uma ingestão de sal muito maior do que a necessária.
Impacto da produção de carne no meio ambiente
Fora os riscos à saúde já citados, vale lembrar os impactos ambientais causados. O processamento de carne, assim como diversas áreas da indústria alimentícia requerem alto consumo de água, geração de efluentes líquidos com alta carga poluidora e grande consumo de energia.
Além disso, sobretudo no caso da produção de carne, são altas taxas de emissões atmosféricas, sem falar na geração de resíduos sólidos e de ruídos.
Em resumo, não só a saúde humana é ferida com o consumo excessivo desses produtos. A produção pecuária, aliás, é responsável por um quinto do total das emissões de gases relacionados ao efeito estufa.
Em outras palavras, a indústria da carne tem um grande papel não só nas alterações climáticas, como também causa problemas para a saúde humana e ao planeta, atingindo a vegetação, fauna e comprometendo ecossistemas.
Por último, com todos os motivos citados, a recomendação é optar pelo consumo de carnes orgânicas. Sua produção causa menor impacto ao meio ambiente. Além disso, é uma fonte de proteína muito mais nutritiva que a carne processada.
Isso, porque apresentam melhor perfil de gorduras – são ricas em ômega 3 e vitaminas lipossolúveis como as do complexo B, vitamina E e K. Dessa forma, é possível afirmar que a carne orgânica é uma opção muito mais sustentável e com maiores benefícios à saúde.
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