Carne vegetal: entenda o que é e para que serve

carne vegetal

Os motivos para investir em carne vegetal são variados: minimizar impactos ao meio ambiente, adoção de dietas vegetarianas ou veganas, busca por uma vida mais saudável, ou simplesmente o interesse em experimentar novos sabores.

Com o crescimento desse nicho de mercado, muitas indústrias e empresas estão desenvolvendo produtos com essa abordagem. Assim, surgem diferentes versões e produtos com carne vegetal. 

Afinal, que é carne vegetal?

Em suma, a carne vegetal consiste em um preparado de proteínas vegetais. A indústria alimentícia já conhece diversas plantas compatíveis com a produção desse tipo de alimento em termos nutricionais. Atualmente, o desafio é criar versões parecidas com a carne em outros aspectos.

Geralmente, ela é composta de soja, ervilha e outros ingredientes como beterraba, principalmente nas versões que procuram imitar características de carne animal. Entre elas, textura, sabor e suculência. Hoje, os maiores expoentes desse tipo de carne vegetal são as norte-americanas Beyond Meat e Impossible Foods, que receberam milhões de dólares em investimentos.

Do que é feita a carne vegetal? 

Existem ainda, além das opções em alta, outras alternativas de carnes vegetais com diferentes ingredientes, como:

Carne de soja

Também conhecida como proteína texturizada de soja, esse preparado é uma farinha de soja desengordurada. Passa por um processo de extrusão. Assim, adquire diferentes formatos de pedaços (grossa), flocos (fina ou “moída”), tiras (“iscas”) ou até mesmo bife de soja.

Seitan (carne de glúten)

Esta alternativa à carne animal é uma ótima fonte de proteínas. Conforme seu preparo e tempero, pode ficar similar à carne de porco, ao frango ou à bovina. Por ter uma textura densa, pode ser  grelhada, frita ou refogada, sendo um ingrediente bastante versátil.

Carne de quinoa

Essa carne vegetal pode ser utilizada no preparo de receitas tradicionais como quibes, hambúrgueres e almôndegas. É um dos melhores substitutos da carne animal por apresentar um perfil completo de aminoácidos essenciais em sua formulação.

Tempeh

Mais firme que o tofu, o tempeh é feito a partir da fermentação da soja. O ingrediente de origem indonésia possui uma textura mais granulada e contém um sabor parecido com o das nozes.

Jaca Verde

Bastante conhecida na cozinha vegetariana, a “carne de jaca” pode ser utilizada como uma substituta para as dietas sem carnes de origem animal. Devido à sua textura e possibilidades de temperos, funciona como um ingrediente substituto do frango.

Além disso, a jaca é fonte de nutrientes como fibras, manganês, ferro, potássio, vitamina A, vitamina B2, vitamina B3 e vitamina C, por exemplo, além de fornecer antioxidantes.

Porque o conceito de carne vegetal está tão popular?

Os números ajudam a ilustrar a popularidade da carne vegetal. Segundo estimativa do Barclays, o mercado estimado de carnes à base de planta vai movimentar US$ 140 bilhões até 2030. Atingindo, assim, 10% do valor que a carne animal representa globalmente. 

Existem diversas causas para o aumento da popularidade desse tipo de ingrediente. Primeiramente, alimentos como o hambúrguer vegetal são atrativos para uma parte dos vegetarianos e veganos, que decidiram parar de comer carne apenas por motivos éticos. 

De acordo com uma pesquisa do Ibope Inteligência, conduzida em 2018, 14% dos brasileiros se declaram vegetarianos. Em regiões metropolitanas, como São Paulo, Curitiba, Recife e Rio de Janeiro, por exemplo, o percentual sobe para 16%. 

Além disso, existe outra classificação se popularizando: os flexitarianos. Esse grupo, em suma, é composto por pessoas que não eliminam carne, peixe ou frango da dieta. Mas, no entanto, estão dispostas a reduzir o consumo e inserir novos ingredientes à dieta.

Entre os flexitarianos, inclusive, alimentos como o hambúrguer vegetal que imita características da carne bovina pode fazer ainda mais sucesso. Assim, as pessoas que não têm problemas em consumir carne, mas estão dispostas a ingerir menos insumos de origem animal, podem se sentir mais motivadas a fazer a transição alimentar. Em síntese, não é preciso reduzir as possibilidades no cardápio.

Por último, a preocupação com o meio ambiente pesa cada vez mais sobre as decisões de compra. Uma pesquisa da Nielsen revelou que 94% dos brasileiros afirmam que é muito importante que empresas implementem programas para melhorar o meio ambiente. 

Esse número vai de encontro a um dado impactante. A média global de água utilizada para produzir um quilo de carne bovina, de acordo com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), é de 15,5 mil litros. 

Esse, entre outros fatores, motivam as pessoas a desenvolverem hábitos mais saudável para si e para o planeta. Não é à-toa que grandes redes de fast food já inseriram, ou estão desenvolvendo, esse tipo de produto para seu cardápio.

Os pontos negativos da carne vegetal

Com a crescente popularidade da carne vegetal, surgem também discussões sobre os reais benefícios nutricionais deste tipo de ingrediente. Embora as startups estejam vendendo os produtos com apelo saudável, nutricionistas apontam que, em alguns casos, eles têm a mesma quantidade de calorias e mais sódio que hambúrgueres tradicionais.

Além disso, as versões industrializadas das chamadas foodtechs são alimentos ultra-processados. O que, em síntese, representa o contrário daquilo que os consumidores mais conscientes procuram. 

No Brasil, o debate sobre esses novos modelos de hambúrguer vegetal divide opiniões. Inclusive chamou a atenção de figuras como a chef Paola Carosella, que comentou em seu twitter:

“se a comida do futuro é um ultra-processado feito de soja, açúcar, corante artificial, metilcelulose (derivado do papel), amidos modificados e preparados ‘sabor carne’, a comida do futuro é uma tristeza e de futurista não tem nada”.

Essas críticas são pertinentes, principalmente considerando os dados publicados pela FAO (Agência das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura). O documento divulgado pela FAO reúne uma série de evidências científicas contrárias ao consumo de ultra-processados.

De acordo com o estudo, consumir esse tipo de produto pode gerar ganho de peso, aumento do risco de doenças cardiovasculares e até da mortalidade. Além disso, esse tipos de alimentos, estão fortemente relacionados a um sistema alimentar que degrada o meio ambiente.

Conforme dados da Aliança pela Alimentação Adequada e Saudável, uma rede de ONGs brasileiras, cerca de 25% a 30% das emissões de gases do efeito estufa que causam a crise do clima provêm do mesmo sistema que favorece produtos que não são saudáveis.

A fome, a mudança climática e a obesidade são chamadas pela FAO e organizações da área de sindesmia global. Às três pandemias alimentares acontecem de forma simultânea, por determinantes em comum, e causam efeitos que intensificam umas às outras. Assim, devem ser combatidas globalmente. 

Por último, em se tratando das carnes vegetais, conta também o preço elevado. Costuma ser mais cara que versões já tradicionais de mercado feitas com insumos de origem animal. A expectativa é que, conforme o mercado da carne vegetal amadureça, surjam versões com valores mais competitivos e fórmulas mais saudáveis. 

Caso você esteja procurando alternativas mais equilibradas e ambientalmente responsáveis para o seu dia a dia, é só conferir o cardápio da Liv Up, com opções vegetarianas e com ingredientes orgânicas. 

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