Descubra a alimentação correta das crianças de acordo com a faixa etária

Se você é pai ou mãe e está um pouco apreensivo sobre como deve ser a alimentação correta das crianças em cada faixa etária, esse artigo é pra você.
Isso porque o que ainda é amplamente divulgado é em relação à alimentação nos seis primeiros meses de vida do bebê, que deve ser exclusivamente com o leite materno (e complemento, quando houver necessidade).
Mas, e depois desse período, quando introduzir vegetais e frutas? E o açúcar, é permitido quando?
Independente da fase da vida, a alimentação deve ser variada e equilibrada, pois o conjunto dos alimentos vai oferecer todos os nutrientes que o organismo precisa: carboidratos, fibras, proteínas, minerais, gorduras e vitaminas.
A criança bem alimentada se desenvolve melhor, tem bom rendimento escolar, é mais resistência a doenças e caso fique doente, a recuperação é mais rápida. Por isso, invista na alimentação correta das crianças: investimento para o presente e futuro.
Alimentação correta das crianças para cada faixa etária
1 – 0 a 6 meses
Segundo orientação da Sociedade Brasileira de Pediatria, até o seis meses apenas o leite materno. Ele é suficiente para garantir a alimentação completa do bebê e também proporcionar benefícios às mães. Veja os principais:
- Atende todas as necessidades de nutrientes e sais minerais do bebê;
- Previne a anemia e provoca menos cólicas no bebê;
- O leite materno contém uma molécula chamada PSTI, que protege e repara o intestino sensível dos recém-nascidos;
- A sucção auxilia no desenvolvimento dos dentes do bebê;
- Protege a mãe contra doenças cardiovasculares, de acordo com estudos americanos;
- Auxilia a recuperação do peso da mãe, reduz o risco de infecções e de câncer de mama;
- Auxilia na formação do sistema imunológico da criança, prevenindo obesidade, alergias, entre outros;
- O melhor: é de graça, em livre demanda, fácil de transportar e pronto para ser ingerido.
Mas, caso a criança rejeite o leite materno ou o leite se esgote antes dos seis meses, o pediatra deve indicar o aleitamento artificial.
2 – A partir dos 6 meses
A partir dos seis meses o bebê pode começar a experimentar novos alimentos. Exemplos: papinhas de frutas, verduras, legumes e carnes. Nesta fase, a alimentação deve ser variada e colorida.
As papinhas devem combinar sabores, texturas e cores, sendo preparadas e servidas na hora. Ao colocar os alimentos no prato, a dica é amassá-los com o garfo e, se necessário, peneirar nos primeiros dias.
Não utilize a mamadeira para alimentos pastosos, tais como cremes, papas de frutas, sopas. A criança precisa se acostumar com a nova maneira de se alimentar – colher! Com a introdução dos alimentos é importante oferecer água à criança.
3 – De 1 a 6 anos
A partir de um ano a criança já começa a comer a mesma alimentação da família e as refeições também devem ser distribuídas em 3 principais horários: café da manhã, almoço e jantar. Além de claro, oferecer lanchinhos saudáveis entre os intervalos dessas refeições.
Priorize a qualidade dos alimentos e atenção para algumas orientações:
- As refeições e lanches devem ser servidos em horários pré-determinados;
- Coloque pouca quantidade de comida no prato, e ofereça a repetição caso a criança ainda esteja com fome;
- Se a criança não comeu direito, não ofereça lanche para substituir a refeição. Ela terá que esperar até o próximo horário;
- Não obrigue a criança a comer, nem faça chantagem, muito menos dê recompensa (do tipo: “Se comer tudo, vai ganhar um doce“). Ela precisa ser estimulada a comer e entender os motivos de se alimentar bem;
- Limite (se possível, nem coloque à mesa) alimentos com excesso de gordura, açúcar e sal;
- A família deve fazer as refeições sentada à mesa, e não no sofá com a TV ligada nem com joguinhos ativados no smartphone. O momento da refeição deve ser calmo e convidativo para celebrar o momento.
Importante:
Crianças obesas já nos dois primeiros anos de vida têm mais chance de se tornarem adultos obesos. É sabido que a obesidade contribui para o aparecimento de doenças como hipertensão, problemas respiratórios, colesterol alto, entre outros.
4 – De 6 a 11 anos
Nesta fase, as crianças se movimentam mais, praticam mais atividade física, ou seja, possuem um gasto calórico maior. Por isso, há a necessidade de colocar um pouquinho mais de alimento no prato. Mas atente sempre para a qualidade deles. Confira as dicas:
- Evite lanches prontos e embalados. Lembre-se sempre: melhor descascar que desembalar;
- Tenha sempre disponível frutas, verduras e legumes;
- Estimule o consumo de alimentos ricos em cálcio, como leite, derivados e vegetais verdes, como brócolis, espinafre e couve;
- Evite o hábito de comprar refrigerantes, doces e fazer frituras em casa. Consuma esses alimentos apenas em ocasiões especiais;
- Estimule a criançada a beber sucos de fruta, (da fruta mesmo, feito de forma natural). Os de caixinha, passe longe!
Importante:
Coloque o exercício físico como algo estimulante e prazeroso. Aulas de futebol, vôlei, natação, corrida ‘kids’, ou seja, crianças em movimento para extravasar as energias!
5 – De 12 a 18 anos
A Organização Mundial da Saúde (OMS) classifica a adolescência entre os 10 e 19 anos completos. Nesta fase, o corpo passa por inúmeras mudanças, por isso a alimentação equilibrada é peça-chave para garantir o bom desenvolvimento do adolescente.
Os médicos apontam que o padrão alimentar dos jovens está abaixo do esperando, pois eles substituem com muita facilidade as refeições balanceadas por lanches ricos em gordura.
Por isso, se o adolescente passa mais tempo fora de casa – por conta do colégio e das atividades extracurriculares, vale a pena orientá-lo sobre um almoço mais balanceado. E, em relação aos lanches, evitar alimentos muito calóricos, dando preferência aos sanduíches naturais, se possível.
Também é nesta fase que os adolescentes infelizmente terão mais acesso a bebidas alcoólicas. Neste caso, vale o alerta da família em casa para lembrar sobre as consequências para a saúde do excesso do álcool, e quão vilão ele é para quem quer ter uma vida com qualidade.
Alimentos proibidos
Se falamos nos alimentos permitidos em cada faixa etária, é hora de fazer um breve resumo do que é proibido.
Até os 6 meses: apenas o aleitamento materno ou complemento, se necessário. Portanto, todo o resto é proibido!
6 meses a 2 anos: fritura, chocolate, sucos artificiais, refrigerantes, alimentos enlatados, alimentos duros de difícil mastigação, café, carne de porco e mel.
- O mel pode estar contaminado por uma bactéria chamada Clostridium botolinum, responsável pela transmissão do botulismo;
- Oleaginosas em geral, como amendoim e castanhas, são alimentos que podem desencadear alergias;
- Doces: até os dois anos a criança tem o paladar para o sabor doce. Se ela começa a consumir alimentos com muito açúcar, o nível de doce no paladar dela é aguçado, e assim a criança será induzida a pedir cada vez mais por mais doces.
- Gelatinas: são cheias de açúcar e conservantes, podendo desencadear alergias de pele. Em vez de oferecer uma gelatina de morango à criança, ofereça o morango (a fruta!) apenas;
- Bolacha recheada: exclua da sua lista do mercado. São alimentos ricos em gordura trans e cheios de açúcar.
Nas demais faixas etárias, controlar ao máximo o consumo de produtos industrializados, açúcar e frituras. Dados do Ministério da Saúde mostram que 12,9% das crianças brasileiras de 5 a 9 anos são obesas e 18,9% dos adultos estão acima do peso.
O consumo elevado de alimentos ultraprocessados, de alto teor de gordura e açúcar e o excesso de “tela” (smartphone, TV, videogame) são os principais responsáveis por esses números.
Quando a criança começa a comer sozinha?
Por volta dos 8 meses, a criança já consegue segurar frutas e verduras, e os pais devem incentivá-la a comer usando as próprias mãos. Prepare-se para a sujeira saudável e divertida que virá por aí!
Até os 2 anos a criança vai aprender a segurar a colher com certo equilíbrio, e entre 3 e 4 anos ela conseguirá se alimentar sem ajuda.
Com o apoio e incentivo dos pais, por volta dos 7 anos é possível que a criança já consiga usar os talheres e servir a própria comida.
Referências: Fiocruz, Prefeitura de Belo Horizonte, Sociedade Brasileira de Pediatria e Pais&Filhos
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