Gordura trans será banida no Brasil
Boa notícia para a sua saúde: a gordura trans será banida do Brasil. A Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa), aprovou a proposta cujo objetivo é eliminar a gordura trans.
Esse tipo de gordura, presente em alimentos industrializados, está associada a vários problemas de saúde. Essa resolução prevê a diminuição gradativa do uso, até seu banimento em 2023.
As etapas de eliminação da gordura trans
Primeiramente, é importante lembrar que a legislação atual não estabelece nenhum limite para o uso dessa gordura, também conhecida como hidrogenada. Inclusive, um estudo do Instituto de Defesa do Consumidor (Idec), alerta que alguns alimentos tidos como “zero trans”, contém essa substância nociva em sua formulação.
O processo de eliminação da gordura trans, será gradativo e estabelecido em três fases. Primeiramente, será limitada a presença na produção de óleos refinados – os utilizados para as frituras.
Os mais conhecidos são os à base de soja, canola e girassol. Nesse caso, as empresas têm 18 meses para fazer a adequação. Resumindo, essa norma entra em vigor a partir de 1º julho de 2021.
A partir dessa mesma data, a regra se aplicará também à comida processada em geral, tanto a comercializada no varejo, quanto no atacado. Os itens utilizados exclusivamente como insumo para fins industriais, estão livres da regra durante esse prazo.
Na terceira fase, é prevista a exclusão desse ingrediente em todos os alimentos industrializados. Isso ocorrerá a partir do 1º de janeiro de 2023.
O Brasil não é o primeiro país a implementar uma medida de banimento do ingrediente. Esse título pertence à Dinamarca, que em 2003 o restringiu. Quinze anos depois, foi a vez dos Estados Unidos.
Hoje, quase 30 países já baniram esse ingrediente da alimentação e não é à-toa que o número vem aumentando. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 540 mil mortes por ano, em todo o mundo, são atribuídas ao consumo excessivo de gorduras trans industrialmente processadas.
Mas, afinal, o que é gordura trans?
A definição dada pela Anvisa, classifica as gorduras trans industriais, como gordura formada por um processo de hidrogenação industrial. Em termos químicos, os lipídios insaturados contêm uma ou mais ligações duplas em configuração trocada (ou trans), o que origina o nome.
É uma gordura usada em larga escala no preparo de refeições, principalmente por restaurantes e lanchonetes. Mas, principalmente, em produtos alimentícios industrializados. Entre eles, podemos citar salgadinhos, biscoitos, sorvetes e bolachas, por exemplo.
Quais os malefícios da gordura trans?
Esse tipo de gordura faz mal à saúde. Entre outras coisas, é responsável por aumentar as taxas de colesterol total e de colesterol ruim, além de reduzir os níveis de colesterol bom.
Na prática, não possuem nenhum valor nutritivo ou benefício para a saúde. É considerada, inclusive, o pior tipo de gordura para o corpo. A gordura trans é encontrada em quantidades mínimas nas carnes de animais e seus derivados.
Mas a grande preocupação é a versão criada em laboratório (a popularmente conhecida como hidrogenada). Ela serve para dar textura e crocância a guloseimas, como biscoitos, salgadinhos e bolos prontos.
O ideal, de acordo com a OMS, para uma dieta saudável, é que a quantidade na alimentação chegue o mais próximo de zero. Em uma dieta diária de 2 mil calorias, por exemplo, a quantidade tolerável de ingestão seria de apenas 2,2 gramas do nutriente.
Atenção às embalagens
Um alerta publicado recentemente pelo Idec (Instituto de Defesa do Consumidor), sobre a gordura trans chama a atenção: em parceria com a Universidade de São Paulo, a entidade submeteu milhares de alimentos industrializados à análise,
A conclusão é que uma parcela significativa contém a substância, mesmo alegando ser “zero trans” na embalagem. Para o estudo, foram analisados 11 mil produtos.
O resultado é alarmante: a gordura trans foi encontrada em 18,7%, mas só 7,4% do total identificou sua presença. Em outras palavras, menos da metade dos itens que contam com essa molécula em sua composição, a acusam explicitamente no rótulo.
Entre os que declararam ser isentos do ingrediente, 11% dos salgadinhos, 9% de produtos de panificação e 8,4% dos biscoitos, na verdade, carregavam ao menos um pouco de gordura trans.
No entanto, vale lembrar que essa divergência é prevista pela regulamentação brasileira. De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), produtos com até 0,2 grama (g) de gordura trans por porção, podem alegar ter 0g na tabela nutricional.
Por outro lado, os que possuem até 0,1g por porção podem dizer que são “zero” ou “não contém” o ingrediente.
Isso ocorre porque a quantidade de gordura trans apresentava na embalagem se refere a uma porção limitada. Na prática, as pessoas podem consumir mais que a quantidade usada como referência para dosagem.
Liv Up – alimentação livre de gordura trans
A nova resolução não muda nada no cardápio da Liv Up. Isso, porque os nossos pratos já são preparados de forma bem saudável. Nós usamos apenas óleo de coco e azeite no preparo das refeições.
Assim, tudo tem valores de gorduras trans bem próximos a zero. Porém, mesmo aqueles produtos que possuem gordura trans na tabela nutricional (os de origem animal, como queijo e gorduras), possuem baixas quantidades dela.
Aliás, tão baixas que já são previstas como inofensivas à saúde. Que tal saber um pouco mais sobre os tipos de gordura? Explicamos direitinho os tipos e as ações em nosso organismo.