Intolerância alimentar infantil: como descobrir e o que fazer

intolerância alimentar infantil

Você já ouviu falar em intolerância alimentar infantil? Dor de barriga, irritabilidade, gases…se o seu filho sofre com algum desses sintomas após ingerir determinados alimentos, ele pode estar sofrendo com algum tipo de intolerância.  Mas como saber o que a criança não pode consumir? Existe cura para intolerância? Ao longo do post, vamos responder a essas e outras perguntas. Confira:

É comum crianças terem intolerâncias alimentares?

Intolerâncias alimentares podem aparecer em qualquer época da vida, mas na infância elas podem ocorrer porque o organismo da criança ainda está em desenvolvimento e não amadureceu completamente. Por isso, a intolerância alimentar infantil é bastante recorrente. 

As intolerâncias alimentares mais comuns, tanto em adultos como em crianças, são à glúten e lactose.

O glúten e a lactose compõem uma grande quantidade dos alimentos que fazem parte da dieta das crianças, mas o que caracteriza cada uma dessas intolerâncias? É o que vamos ver em seguida. 

Intolerância à glúten

A intolerância ao glúten, aliás, é também conhecida como doença celíaca. Em suma, é uma doença autoimune causada por uma reação à proteína do trigo e pode se manifestar já nos primeiros anos de vida da criança. Se não tratada, dificulta o ganho de peso e o crescimento, porque ataca o intestino delgado, atrapalhando a absorção dos nutrientes.

Esse tipo de intolerância costuma aparecer logo após a ingestão de alimentos que contêm a proteína do trigo, pela incapacidade do corpo de digeri-la. Alguns alimentos que podem apresentar o glúten em sua composição e devem ser evitados por crianças com a doença celíaca são, por exemplo:

  • pães;
  • biscoitos;
  • massas (macarrão, lasanha e outros);
  • bolos;
  • ketchup;
  • molho de soja;

Intolerância à lactose

Já a intolerância à lactose é caracterizada pela dificuldade do corpo em digerir o açúcar do leite, a lactose. Isso acontece porque o organismo da criança não produz a enzima lactase, responsável por digerir esse açúcar.

A lactose está presente no leite e seus derivados. Entre eles, o queijo, manteiga e iogurte, mas também aparece na composição de alguns medicamentos e de outros alimentos, como:

  • pães;
  • torradas;
  • salame e embutidos;
  • balas;
  • empanados de frango;

Como identificar uma intolerância alimentar em uma criança?

Os sintomas costumam aparecer imediatamente após o consumo do produto que contém a substância à qual a criança é intolerante ou em até duas horas.

Listamos alguns dos principais sintomas que indicam a intolerância alimentar infantil:

  • gases;
  • dor no abdômen;
  • barriga inchada;
  • coceira e manchas na pele;
  • dor nas articulações;
  • azia;
  • dor de cabeça;
  • cansaço;
  • irritabilidade;

No caso da intolerância em bebês, é necessária atenção redobrada. Observe se a criança chora depois do consumo de determinados alimentos, apresenta manchas na pele, refluxo, e barriga inchada.  

Há diferentes graus de intolerância. Uma criança pode comer um pedaço de queijo sem sentir qualquer sintoma, por exemplo, mas não consegue tomar um copo de leite sem passar mal. 

Alergia alimentar e intolerância

Vale dizer que a intolerância alimentar infantil não é a mesma coisa que uma alergia alimentar, embora alguns sintomas sejam comuns a ambas. No caso das alergias, elas também podem ser desencadeadas por alimentos como nozes, amendoim e ovos. 

As reações podem ser mais leves, como coceira, manchas vermelhas, vômitos, coriza e chiado no peito. Ou mais graves, necessitando intervenção médica urgente, como no caso das dificuldades para respirar, colapsos e choque anafilático.  

Hoje, existem exames que identificam alergias e intolerâncias. Então, procure um pediatra assim que os sintomas surgirem, para descobrir a causa. O diagnóstico é fundamental para conduzir o tratamento mais adequado.

Como cuidar da alimentação de uma criança com intolerância alimentar?

A intolerância alimentar infantil precisa de cuidados especiais, não apenas dos pais, mas da escola e da própria criança. Então, avise aos diretores, professores e à cantina da escola, bem como aos pais e mães de colegas do seu filho quais alimentos são proibidos para ele. Além disso, outras medidas podem e devem ser tomadas em caso de intolerância alimentar. A seguir, listamos algumas delas. 

Leia os rótulos

É importante instruir a criança e educá-la sobre a intolerância para que ela se proteja quando necessário. Leia sempre os rótulos dos alimentos e ensine seu filho a fazer o mesmo. 

Mesmo que alguns produtos não tragam o leite ou o trigo em sua composição, podem ser contaminados com esses elementos na fábrica. Essa informação aparece nos rótulos, então é necessário ficar atento a eles.

Faça substituições

Muitos pais e mães ficam preocupados quando descobrem que seus filhos têm intolerância à lactose, por conta do cálcio e da vitamina D presentes no leite e que são fundamentais para o crescimento da criança. 

Mas outros alimentos também trazem esses elementos e podem compor o cardápio, como brócolis, folhas escuras, sardinha, salmão, atum, gergelim e feijão-branco.

Além disso, existem alimentos feitos para pessoas intolerantes, como leite e derivados sem lactose, os chamados produtos lacfree.  Eles são feitos à base de leite, mas levam a enzima lactase em sua composição, o que facilita a digestão da lactose para os intolerantes. 

No caso do glúten, a substituição do trigo pode ser feita por fécula de batata, amido de milho, fubá e farinha de mandioca, por exemplo. 

Prepare os lanches

Outra dica é preparar os lanches que a criança vai comer nos intervalos das aulas ou até em eventos sociais. Há diversas opções de fornecedores que produzem pratos e lanches saborosos sem glúten e sem lactose. 

Afinal, não é porque a criança tem doença celíaca que nunca mais poderá comer um bolo. Doces sem glúten, por exemplo, têm sido cada vez mais comercializados. São aliás, ótimas opções para as crianças não sentirem que estão sendo excluídas de situações sociais em que as guloseimas são muito consumidas, como festas de aniversário. 

Busque orientação

Hoje, existem testes para identificar os graus de intolerância alimentar infantil. Por isso, busque a orientação de profissionais da saúde, como pediatras, nutrólogos, gastroenterologistas e nutricionistas. Eles poderão dizer quais os melhores cuidados em cada caso e esclarecer todas as suas dúvidas.  

Existem intolerâncias alimentares com cura?

Embora sejam comuns, as intolerâncias alimentares infantis nem sempre persistem pela vida toda. Em alguns casos, essa intolerância acontece porque o sistema digestivo da criança ainda não está maduro o suficiente para determinados alimentos. 

Por isso, é importante expor a criança ao alimento que gera intolerância a cada um ou dois anos. Afinal, com o crescimento e o amadurecimento do corpo, é possível que a intolerância vá embora. 

Em outros casos, a intolerância persiste e a pessoa precisará ter cuidados a vida toda. No caso da intolerância ao glúten, trata-se de um problema genético cujo único tratamento possível é excluir da dieta os alimentos que contêm a proteína do trigo. 

Para intolerância à lactose, há várias alternativas para diminuir os sintomas, como remédios à base de simeticona para diminuição de gases. Enzimas lactase também são comercializadas e permitem que o indivíduo que seja intolerante à lactose possa consumir os derivados do leite sem sofrer com os sintomas desconfortáveis. 

É claro que esse método precisa ser testado, porque a quantidade de enzimas varia de acordo com o grau de intolerância e há casos em que o remédio não é eficiente. Por isso, é importante procurar um médico que possa orientar a melhor alternativa. 

Para mais artigos como este, acompanhe no nosso blog outros posts sobre alimentação saudável e bem-estar.

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