O que a poluição do ar pode causar no nosso corpo?

Com o crescimento das cidades e a diminuição de áreas verdes, cada vez mais é comum o convívio da população com a poluição do ar.

Esse mal invisível, e potencialmente perigoso, causa problemas a curto e longo prazo. E suas consequências para a nossa saúde e bem-estar, podem ser irreversíveis e extremamente prejudiciais. A seguir, vamos abordar mais profundamente sobre esse assunto, acompanhe:

Quais são as principais causas da poluição do ar?

O ar que respiramos nunca foi 100% puro e livre de perigos. Afinal, eventos causadores de poluição sempre existiram de forma natural, porém, seus impactos eram bem mais centralizados e de menor intensidade.

Alguns exemplos de fatores causadores de poluição natural, que podemos citar, são: queimadas de matas, erupções vulcânicas, liberação de gases por animais, etc. Vale ressaltar que esses fenômenos causavam um impacto leve e apenas em determinadas regiões.

No entanto, essa realidade começou a sair do âmbito natural e aumentou de forma exponencialmente perigosa, após a Revolução Industrial. Não há como negar, aliás, que foi esse período que impulsionou a evolução da tecnologia e do conhecimento humano para outro patamar.

Mas o preço que começamos a pagar para termos todas as inovações e facilidades foi muito alto. Assim, a poluição do ar foi um desses débitos, causados em nome do progresso.

A Revolução Industrial deu início a grande escalada de consumo e queima de carvão e, posteriormente, dos combustíveis fósseis. As fábricas começaram a jogar diariamente incontáveis poluentes na atmosfera e a população começou a conviver com a poluição causada pelo homem.

As principais causas de poluição do ar causada pelo homem:

Conforme explicamos acima, a pior poluição é ocasionada pela atividade humana. Abaixo, listamos os principais causadores desse mal:

Queima de combustíveis: os combustíveis provenientes do petróleo estão presentes a todo momento na nossa rotina, sendo indispensáveis na indústria da maneira que é hoje. São usadas nos carros, para gerar energia, na fabricação de produtos e muito mais.
Queimadas para exploração: totalmente diferente das queimadas naturais, as ocasionadas pelo homem são para exploração e desmatamento, o que agrava ainda mais a poluição, pois, reduz a quantidade de área verde.
Atividades industriais: as indústrias ainda são a base da economia mundial. Portanto, a produção dessas industrias ainda são um dos principais emissores dos gases poluentes.

Essas atividades liberam diversos poluentes extremamente tóxicas e perigosas, para o meio ambiente e para a saúde humana. Alguns deles são: monóxido e dióxido de carbono, ozônio, metais pesados e poeiras industriais, por exemplo.

E o que essa poluição causa para o ser humano?

Doenças. Não existe nenhum outro impacto tão perigoso para nós quanto o ocasionamento de doenças graves. Além disso, a poluição do ar é apontada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como a causadora de mais de milhões de mortes prematuras pelo mundo.

Estudos realizados por organizações, como o Fórum de Sociedades Respiratórias Internacional, também aponta que ela é a responsável por grande parte dos atendimentos emergenciais, por conta do agravamento de doenças crônicas respiratórias.

Segundo um estudo do Ministério da Saúde de 2019, a poluição do ar é o principal responsável pelo agravamento de doenças crônicas não transmissíveis, principalmente as respiratórias. E por agravamento, podemos dizer aumento das mortes causadas por essas doenças.

Abaixo, listamos as principais doenças causadas ou agravadas pela poluição do ar:

1 – Redução da oxigenação do cérebro

Os gases poluentes, como o dióxido e o monóxido de carbono, ao serem aspirados e entrarem em contato com a corrente sanguínea, reduzem a capacidade das células de transportarem oxigênio.

Como consequência, dores de cabeças crônicas, disfunções sensoriais e reduções cognitivas são comuns nas pessoas que são constantemente expostas a esse mal.

2 – Problemas neurológicos

Os metais pesados, que são lançados não apenas no ar, mas também no solo e na água, são os responsáveis por sérias deficiências neurológicas.

Nas crianças, isso leva a um prejuízo sem precedentes no seu desenvolvimento neuronal. O que pode levar, aliás, a deficiências cognitivas e até problemas como paralisia e outras síndromes.

3 – Doenças crônicas não-transmissíveis

Quando falamos em poluição do ar, a primeira coisa que nos vem a cabeça é o agravamento das doenças crônicas respiratórias: asma, bronquite, rinite e sinusite. Mas a realidade é bem mais grave.

A poluição está ligada a piora de quadros infecciosos e também de doenças cardiopáticas, como hipertensão, inflamação cardíaca e etc. Mas, além disso, ela também causa outras comorbidades, como o AVC e infarto.

E a longo prazo, quais são os efeitos de se conviver com tamanha poluição?

Por fim, todo esse cenário relatado já é sentido imediatamente e a médio prazo. Isso porque pessoas que vivem em cidades grandes e extremamente poluídas experienciam diariamente os sintomas da exposição.

Para termos uma ideia, segundo a Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS), são raras as cidades que não têm um alto grau de poluição. O órgão também considera que a poluição do ar é o principal risco ambiental para a saúde humana.

A longo prazo, após viver sob tanta exposição a esses poluentes, a principal consequência é o aparecimento cada vez mais frequente de doenças crônicas. Mas o pior é o causamento de danos ao nível genético, ou seja, os efeitos serão carregados por diversas gerações.

Fora o aumento exponencial do risco de desenvolvimento de câncer, doenças respiratórias e cardiopáticas. No entanto, o impacto não para aí.

Afinal, pessoas que são expostas a um alto nível de poluição têm mais riscos de ficarem inférteis, desenvolverem má formação congênita e morte decorrente desse risco. Além disso, é comprovado que a longo prazo existe uma redução de até 2 anos na expectativa de vida.

Como reduzir o impacto da poluição do ar?

Infelizmente, a curto prazo, é impossível não ser exposto diariamente aos poluentes. Enquanto não houver uma mudança drástica, que reduza consideravelmente a emissão da poluição, a solução é aprender a conviver da melhor forma possível a ela.

Portanto, a seguir, vamos dar algumas dicas simples de como diminuir o contato com a poluição e reduzir os riscos à saúde causados por ela. Confira:

1 – Tenha plantas em casa

Plantas são o maior inimigo da poluição do ar. Elas são um filtro natural do ambiente, pois, absorvem os poluentes presentes no ar e conseguem eliminar boa parte deles.

Algumas delas são específicas para locais de extrema poluição e conseguem ter uma filtragem ainda maior. Pesquise um pouco sobre o tema e encontre a que melhor se encaixa para a sua necessidade.

2 – Impeça fumantes dentro de casa

Cigarros e afins liberam muitas toxinas e elas são extremamente perigosas, especialmente para os que não fumam, mas convivem com a fumaça.

Para manter o ar da sua casa o mais limpo possível, proíba o fumo dentro do ambiente. Isso é fundamental, ainda mais para quem tem problemas críticos respiratórios.

3 – Cuidado com substâncias comuns

Evite usar aerosóis. Esses produtos liberam um dos principais gases de efeito estufa, que também é cancerígeno. Cuidado com os produtos de limpeza também: opte por aqueles que não tem cheiro.

4 – Use umidificadores de ar

Os umidificadores ajudam a melhorar a qualidade do ar. Assim, facilitam a respiração e diminuem o risco de doenças como rinite e sinusite, de se manifestarem.

5 – Cuidados no ambiente externo

Passamos grande parte do nosso dia na rua. Portanto, somos expostos constantemente a esse perigo invisível. As dicas aqui são simples de serem seguidas:

Mantenha as narinas sempre higienizadas: o nariz consegue filtrar alguns poluentes, desde que esteja devidamente limpo. Soro garante a limpeza e ainda umidifica as mucosas.
Use máscaras de proteção: muito comuns em países da Ásia, essas máscaras ajudam a filtrar o ar respirado.
Evite áreas poluídas para praticar exercícios: quando nos exercitamos, nossos vasos dilatam para receber mais oxigênio. Logo, acabamos respirando mais o ar poluído. Opte por praticar sua rotina saudável em áreas verdes e com poucos emissores ao redor.