O que é um vinho orgânico e sustentável?

Desde a antiguidade clássica, não há uma civilização que não tenha se rendido aos encantos do vinho. Isso remete aos habitantes do Egito Antigo, gregos, romanos, os europeus da idade média, até os consumidores da bebida produzida com as tecnologias atuais. A busca por alternativas sem aditivos químicos ou agrotóxicos, fez florescer todo um mercado de opções mais saudáveis nos últimos anos. Entre eles, o vinho orgânico.

Essa versão da bebida que faz sucesso há mais de 8 mil anos, promete ir além do universo dos enólogos e apaixonados. Assim como há um aumento da procura por alimentos orgânicos, a tendência é de que, quem busca um estilo de vida mais equilibrado, passe a investir no consumo.

Afinal, o que é exatamente um vinho orgânico? Continue lendo e descubra quais as característica da bebida, como é seu processo de produção e quais são os benefícios em optar por essa versão. 

O que é um vinho orgânico?

Em suma, o vinho orgânico, como os demais produtos com essa rotulagem, é produzido sem o uso de agrotóxicos. Ou seja, pesticidas, fertilizantes, herbicidas e outros aditivos químicos prejudiciais à saúde.

Em sua produção, esses insumos são substituídos pelo uso de compostos orgânicos e predadores naturais de alguns insetos e pragas. Esse cuidado, aliás, vai além do cultivo dos ingredientes.

Na adega também é evitado o uso de artifícios de vinificação que são sejam naturais da uva (ou outro ingredientes utilizados). Entre elas, são utilizadas a leveduras de laboratório e a micro oxigenação, por exemplo.

Assim, um dos grandes pontos de importância da produção de orgânicos, é oferecer produtos mais saudáveis tanto para quem consome, quanto para o meio ambiente e a comunidade ao redor. Em outras palavras, um vinho mais puro e saudável. 

Quais as características do vinho orgânico?

Dentro do universo dos vinhos orgânicos, existe uma grande variedade de características. No entanto, alguns aspectos em comum podem ser notados.

Esse tipo de bebida costuma ser bastante autêntica e fácil de diferenciar, em relação aos vinhos comuns, que não seguem um método orgânico de produção.

Entre as características, vale destacar que são vinhos de coloração mais escura e mais densos. Isso, porque há maior conservação das características naturais da uva ao longo do processo. 

Assim, uma dica valiosa na hora de escolher um vinho orgânico, é estar atento não somente às uvas utilizadas em sua formulação, como também a região de origem da garrafa. Essas informações contam muito sobre a bebida e seu produtor. 

Por que optar por um vinho orgânico?

Além da curiosidade para experimentar novos sabores, existem diversos motivos para optar por vinhos orgânicos em seu cardápio. Em síntese, é uma maneira de aderir a um consumo mais sustentável no seu dia a dia, fazendo bem para a saúde.

Confira a seguir algumas razões para escolher vinhos orgânicos na sua próxima compra: 

Mais benefícios nutricionais 

Ingredientes orgânicos conservam melhor suas propriedades nutricionais. O vinho, por exemplo, tem em sua lista de efeitos saudáveis, a ação antibiótica e antioxidante.

Isso se deve, principalmente, aos polifenóis, como o resveratrol, principal substância encontrada na casca das uvas tintas. Essa substância ajuda a emagrecer, dá mais saúde ao coração e aumenta a longevidade. 

Vale ressaltar que o efeito benéfico do vinho, só acontece quando a bebida é consumida com moderação, regularmente e por indivíduos que não tenham contraindicações ao consumo de álcool. 

Sem organismos geneticamente modificados

Outra vantagem do vinho orgânico, é que sua composição não apresenta os famosos organismos geneticamente modificados (OGM).

Isso porque, conforme citado anteriormente, transgênicos são proibidos para aqueles que buscam a certificação orgânicas. Dessa forma, leveduras de OGM não são usadas no processo de produção dessa bebida. 

Livre de aditivos sintéticos

Por regra, vinhos orgânicos não podem levar aditivos sintéticos. Em outras palavras, para serem considerados orgânicos, não podem conter qualquer tipo de pesticida ou herbicida artificial ao longo da sua cadeia produtiva.

Leveduras naturais

As uvas cultivadas de maneira tradicional, ou seja, não orgânica, não apresentam tanto fermento natural quanto as uvas orgânicas. Isso acontece porque há perda pelo uso de pesticidas. 

Ao esmagar as uvas orgânicas, libera-se as leveduras naturais, logo no processo de fermentação inicial. Assim, o açúcar é transformado em álcool.

Apesar de, os produtores orgânicos, não serem obrigados a utilizar exclusivamente leveduras nativas, elas se encontram presente em maior quantidade. 

Menor presença de sulfitos

Primeiramente, vale destacar que essa substância está presente em diversos produtos, pois atua como estabilizador na preservação de alimentos, evitando o estrago. Os sulfitos englobam diferentes compostos de enxofre produzidos durante a fermentação.

Em síntese, ajudam a reduzir bactérias e outros microrganismos. Embora o vinho orgânico seja produzido com frutos cultivados organicamente, ainda pode conter os sulfitos.

Ainda assim, produtores desse tipo de bebida trabalham somente com pequenas quantidades de aditivos. Especificamente se tratando de sulfitos, não é preciso adicioná-los ao vinho orgânicos, pois já está presente naturalmente nas uvas em quantidade suficiente para preservação da bebida. 

Como é produzido o vinho orgânico?

Assim como nos tempos antigos, o vinho orgânico é produzido com respeito à natureza e à saúde dos consumidores. Isso, é claro, exige investimento de tempo e dinheiro – principalmente, levando em conta os processos rigorosos para obter a certificação. 

Resumidamente, a produção dessa variedade utiliza um método de cultivo, em que é mantido o equilíbrio e a biodiversidade do terreno para obter o produto mais saudável possível. As adegas, como já citamos, não podem utilizar recursos de vinificação que são sejam naturais.

Assim, o vinho orgânico não utiliza compostos químicos para aumentar a rentabilidade ou qualidade da bebida. 

Quais lugares do mundo produzem vinho orgânico?

Em suma, estima-se que uma parcela equivalente a 4% da produção mundial de vinhos seja realizada com técnicas orgânicas. Os americanos são considerados os pioneiros desse método, que surgiu na região da Califórnia.

Décadas depois, os europeus passaram a fabricá-los e a onda dos vinhos orgânicos percorreu o mundo todo. Atualmente, é possível encontrar rótulos apreciados em todos os continentes. O Le Travers de Marceau 2013 é um orgânico francês bastante apreciado.

Os solos latinos não ficam atrás quando o assunto é agricultura orgânica. Os argentinos, por exemplo, contam com o Familia Cecchin Malbec e Bressia Sylvestra Pinot Noir Rosado em sua lista de vinhos.

Já no Brasil, opções como o Juan Carrau, da Vinícola Velho Museu, e Casa de Bento, da Cooperativa Vinícola Aurora, são boas indicações. Em síntese, existem vinhos orgânicos premiados e saboreados em diversos países. 

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