O que o consumo de conservantes químicos pode provocar em uma criança?
Uma alimentação saudável durante a infância faz toda a diferença no crescimento e desenvolvimento adequados, além de prevenir doenças a curto e longo prazo. Por isso, pais e mães precisam ficar atentos às refeições dos pequenos. Principalmente ao consumo de conservantes químicos e outros aditivos.
Definidos pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) como componentes sem nenhuma relevância nutritiva, eles são usados para conservar os produtos ultra processados que compramos no mercado.
Mas quais são os impactos nesse tipo de química na nossa saúde? Embora cada aditivo tenha que passar por testes e ser aprovado pela Anvisa, os efeitos a longo prazo nem sempre são conhecidos, segundo o Guia Alimentar para a População Brasileira, do Ministério da Saúde.
Neste artigo, você vai entender um pouco melhor sobre os impactos do consumo de conservantes químicos em crianças e na saúde da família toda. Continue lendo e descubra!
Aditivos químicos e alimentos ultraprocessados
O consumo de conservantes químicos desperta bastante preocupação na comunidade científica e nos órgãos reguladores, como a Anvisa. Isso porque a ingestão de alimentos ultraprocessados – cuja fabricação envolve técnicas e ingredientes de processamento industrial – está cada vez mais comum no país. E eles são ricos em aditivos químicos.
Um relatório da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), divulgado em 2019, mostrou que as vendas de alimentos e bebidas ultra processados cresceram 8,3% entre 2009 e 2014.
Esses produtos são nocivos porque, além dos aditivos, também possuem quantidades muito altas de açúcares, gordura total, gorduras saturadas ou sódio, que prejudicam a saúde e destorcem o paladar, em especial das crianças, que ainda estão desenvolvendo esse sentido.
Consumo de conservantes por crianças: por que é perigoso?
Hiperatividade
Mas voltando ao consumo dos conservantes químicos, qual é o impacto da ingestão desses aditivos nas crianças? Alguns dos principais estudos sobre o assunto dão indícios de que uma alimentação rica em conservantes pode causar Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH).
Um dos primeiros pesquisadores a estudar essa correlação foi Benjamin Feingold, que publicou o livro Why Your Child is Hyperactive? (Por que seu filho é hiperativo? em tradução literal) em 1975. Segundo o autor, 30% a 50% das crianças estudadas tiveram uma melhora no comportamento hiperativo depois que passaram a consumir uma dieta mais equilibrada, sem conservantes ou corantes industriais.
Nos anos seguintes, outros estudos continuaram apontando a relação entre conservantes químicos e hiperatividade em crianças. Principalmente no caso dos aditivos derivados do ácido benzóico e dos ácidos sulfídrico e sulfito.
Câncer
Além disso, o Instituto Nacional de Câncer (INCA) também aponta que o consumo excessivo de carnes processadas com conservantes químicos podem aumentar a chance de um indivíduo desenvolver câncer no futuro. Entre os exemplos de carnes citados pelo órgão estão: presunto, salsicha, linguiça, bacon, salame, mortadela, peito de peru e outros.
Segundo o INCA, os aditivos usados para que esses produtos durem mais tempo (como os nitritos e nitratos) podem provocar o surgimento de cânceres de estômago e intestino. Por isso, o consumo desses alimentos pelas crianças é ainda mais perigoso. Afinal, podem trazer malefícios ao longo de toda a vida.
Asma, urticária e angioedema
Por fim, outros estudos também mostraram que o consumo de aditivos, principalmente os corantes e conservadores, está relacionado a manifestações de asma, urticária e angioedema, em pessoas de diversas idades.
E como evitar o consumo de conservantes químicos?
Agora que você viu como o consumo de conservantes químicos pode afetar a saúde dos pequenos, deve estar se perguntando o que fazer para evitá-los.
A resposta é simples: oferecer comida de verdade para as crianças. Evite ultraprocessados, ou seja, biscoitos recheados, salgadinhos, refrigerantes, macarrão instantâneo e outros produtos industrializados.
Dê preferência para ingredientes in natura, orgânicos e preparações feitas em casa. Também tome cuidado com os temperos: aposte nos naturais e deixe de lado os tabletes prontos.
Aliás, falta tempo para cozinhar? Não se preocupe. Ainda existem formas de oferecer uma alimentação natural e saudável para seus filhos.
Uma alternativa é congelar o que sobrou de alguma refeição para comer outro dia e ter sempre vegetais congelados no freezer. Ou então buscar refeições prontas que sejam feitas sem aditivos químicos, utilizando ingredientes naturais e de qualidade.
Além disso, você pode sempre contar com nossos pratos saudáveis e saborosos.