Por que temos alergia a frutos do mar? Entenda melhor o problema

Siri, camarão, lagosta… esses alimentos são comuns em regiões litorâneas e apreciados por muita gente, principalmente no verão. Quem nunca aproveitou a viagem à praia pra pedir aquela porção gostosa na beira do mar? Acontece que, em vez de prazer, eles podem significar um prato cheio de problemas para descobre ter alergia a frutos do mar.

Você provavelmente já ouviu falar nesse tipo de complicação. Essa reação imunológica a crustáceos, e muitas vezes a moluscos também, é comum, mas pode ser preocupante.  Por isso, é importante ficar atento aos sintomas a fim de identificar o problema e, se ele aparecer, procurar ajuda o quanto antes.

Nós da Liv Up vamos te apresentar o que causa, porque essa alergia se desenvolve, os principais sintomas, como identificá-la, como evitar as crises inflamatórias e muito mais. Confira!

O que causa alergia a frutos do mar?

Para responder a essa pergunta, vamos começar explicando a diferença destes dois tipos de frutos do mar: os moluscos e os crustáceos. O primeiro grupo inclui mexilhões, lulas, polvos, ostras e outros invertebrados de corpo mole. Já dentro do grupo dos crustáceos estão os camarões, os caranguejos, as lagostas e outros animais de corpo segmentado, que têm uma casca, uma concha, chamada exoesqueleto.

Essa diferenciação é essencial para entender exatamente em que lugar está a causa do problema, já que ambos têm substâncias alergênicas e algumas são diferentes. Contudo, aquela que mais causa hipersensibilidade está em ambos: a tropomiosina, uma proteína presente nos músculos daquelas criaturas marinhas que não desaparece com o cozimento. 

Vale ressaltar que ela pode ser liberada no ambiente junto com o vapor, representando perigo até mesmo antes do alérgico comer – só de entrar na cozinha, por exemplo, você já pode estar correndo riscos. Então, se você tem alergia a frutos do mar, cuidado!

Dentre as outras proteínas alergênicas, agora mais específicas, estão a quinase, a arginina, a miosina e a lista segue. Se houver reação a um desses elementos em particular, pode ser que a alergia seja relativa a um só fruto do mar, não a todos eles. Converse com seu médico para saber quais você deve excluir da sua alimentação.

Atenção! Alergia a frutos do mar não necessariamente significa alergia a peixe. Então, você não precisa obrigatoriamente retirar esse grupo da sua dieta. Por isso, o mais seguro é testar os alimentos sob supervisão de um especialista.

Por que a alergia a frutos do mar se desenvolve?

As reações imunológicas a certos tipos de alimentos vêm crescendo no mundo. Estima-se que 6% das crianças e 3,5 % dos adultos brasileiros têm alergias alimentares. A ciência continua tentando descobrir quais são os causadores de alergia de cada espécie – eles não foram todos mapeados ainda.

No caso do camarão, a alergia pode ser ocorrer devido ao composto chamado metabissulfito de sódio. E veja só que curioso: essa substância não está presente diretamente no animal, mas é muito utilizada pela indústria pra conservá-lo e evitar seu escurecimento.

Por isso, se seu sistema imunológico costuma ser sensível, nem sempre vai dar pra saber precisamente qual é a substância que causou o problema. Então, fique atento às reações do seu corpo.

Quais são os sintomas da alergia alimentar?

As reações alérgicas são respostas do nosso sistema imunológico ao contato com substâncias que o corpo encara como inimigas. Em todos os casos, inclusive nas alergias alimentares, elas dependem e variam muito de acordo com cada organismo. Inclusive no que diz respeito aos sintomas, que podem aparecer na pele, no sistema respiratório, gastrointestinal e até cardiovascular. Olha só quantos sinais podem surgir:

  • erupções, vermelhidão e inchaço na pele;
  • falta de ar, tosse, espirro, broncoespasmos, rouquidão, chiado e anafilaxia;
  • diarreia com ou sem sangue, vômito, refluxo (oculto ou visível), constipação, azia e dor abdominal;
  • palidez, lábios roxos, tontura, pulso fraco, desmaio.

Esses sintomas costumam ser globais, ou seja, você pode começar espirrando, passar para a tosse, ter diarreia e ficar pálido, não necessariamente terá um único indício de alergia. Além disso, normalmente, eles se manifestam imediatamente após a ingestão do alimento. No entanto, já foram reportados casos raros de reação até oito horas depois do consumo do alimento.

Como identificar essa alergia?

É possível ter alergia só a moluscos, só a crustáceos, a ambos ou a um único animal. E as reações nem sempre ocorrem de forma acentuada, o que dificulta o diagnóstico médico e, claro, sua própria percepção.

Sendo assim, é importante que você consulte um alergista enquanto ainda está tudo bem. Além de considerar seu histórico clínico e os sintomas, ele também deve realizar exames que facilitem o mapeamento de substâncias que oferecem riscos a você, como o teste cutâneo, ou prick teste.

Esse exame é rápido e simples. Nele, pequenas quantidades de extrato do alimento são colocadas sobre a pele. O médico faz pequenos furinhos e observa se ocorre alguma reação do organismo para se defender. Se a pele começar a coçar e a surgir bolinhas visíveis, tipo picadas de mosquito, bom, provavelmente o seu resultado será positivo para a alergia. Caso ainda haja alguma dúvida, é só conversar com seu médico,

Agora aqui vai um dado bem relevante: quem tem asma e rinite é mais propenso a manifestar alergias alimentares. Por isso, vale a pena ter cautela ao ofertar frutos do mar a pessoas com problemas do tipo.

No caso de crianças, redobre a atenção, inclusive porque esse tipo de alergia costuma ser identificado mais tarde, já que elas não consomem frutos do mar com regularidade. Em adultos, por outro lado, ela é uma das mais comuns.

Como evitar esse problema?

No caso de contato acidental com frutos do mar, é possível contornar a situação com alguns medicamentos, como corticoides e anti-histamínicos. Se tiver o risco de haver reações graves, o médico deverá conversar com o paciente e sua família sobre a importância de se ter, sempre em mãos, a medicação para emergência e o plano de ação.

Mas, para evitar as crises frequentes, saiba que é necessário excluir esses alimentos da sua rotina. Não é tão comum casos de pessoas que tenham deixado de ser alérgicos a frutos do mar após insistirem em seu consumo.

Atenção! Quem tem alergia a camarão ou outros crustáceos não tem também, necessariamente, alergia a iodo, usado em contraste em exames, como tomografia computadorizada. A reação alérgica causada por essa substância não tem relação com crustáceos.

Agora, vamos falar um pouco de três situações que você precisa ficar atento para evitar esse problema. 

Contaminação cruzada

Imagine um restaurante que utiliza o mesmo óleo que fritou um crustáceo na preparação da seu peixe ou até sua batatinha frita. Você deve estar pensando agora que não é uma situação difícil de acontecer, acertamos? Agora, imagine que você tem alergia a crustáceo e pediu a batatinha, por exemplo, porque achou que esse alimento estaria seguro. Pois é, você provavelmente teria uma reação alérgica devido a uma contaminação cruzada.

Às vezes, frutos do mar entram na composição de algum prato e esse detalhe passa despercebido, porque ele não fazia parte da lista de ingredientes. Isso acontece principalmente em refeições feitas fora de casa. O mesmo problema pode ocorrer se, ao preparar seu prato, o estabelecimento aproveitar utensílios e recipientes que foram usados com frutos do mar. 

Por isso, olhos abertos em locais que servem alimentos aos quais você é alérgico. A manipulação errada ou o simples contato do funcionário com a sua refeição, se ele já tiver tocado em frutos do mar, podem colocar você em apuros.

Alimentos ultraprocessados

Não são só os restaurantes que devem estar na mira dos alérgicos. A indústria também apresenta riscos, apesar dos controles de qualidade.

Caso você não saiba exatamente a substância que causa sua alergia, é necessário ter cuidado com alimentos utraprocessados congelados, também chamados de industrializados, que são conservados com o metabissulfito de sódio. Como a gente já falou, muitas pessoas acham que têm alergia a camarão quando, na verdade, o problema está no conservante usado nele.

Inclusive, é importante ficar ligado a outros produtos que utilizam o mesmo aditivo. Parece complicado, né? E realmente pode ser. Mas saiba que, com o tempo, esses cuidados passam a fazer parte da sua rotina naturalmente.

Rotulagem

A partir do momento que você identifica uma alergia, a leitura dos rótulos pode ser uma boa estratégia preventiva. Desde 2016, a indústria de alimentos e bebidas é obrigada a comunicar na embalagem a presença de substâncias consideradas alergênicas, como leite, amendoim, trigo e também crustáceos.

Para encontrar essa informação, basta ler a lista de ingredientes que acompanha praticamente todos os produtos ultraprocessados. A indicação está logo abaixo, em destaque no rótulo, e estará escrito: “ALÉRGICOS: CONTÉM (NOME DO ALERGÊNICO)”, “ALÉRGICOS: CONTÉM DERIVADOS DE (NOME DO ALERGÊNICO)”, “ALÉRGICOS: CONTÉM (NOME DO ALERGÊNICO E DERIVADOS)” ou “ALÉRGICOS: PODE CONTER (NOME DO ALERGÊNICO)”.

Agora, muito cuidado! Apesar de serem um grupo de alimentos que causa muita alergia, ainda não há obrigação de informar sobre a presença de moluscos. Portanto, se você é sensível a eles, deve verificar a presença de traços desse alimento pelo SAC do fabricante, que também está contido na embalagem.

Vá ao médico

Como você pode perceber, a alergia a frutos do mar pode significar muitos transtornos, mas é um problema possível de contornar. Caso você perceba sintomas ou desconfie desse quadro, não hesite de procurar um médico e realizar o diagnóstico. Só assim você vai conseguir se cuidar de verdade e ter qualidade de vida.

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