Produtos orgânicos: seus benefícios e onde encontrar
Provavelmente, você já se deparou com produtos orgânicos, seja nos supermercados, feiras, lojas de cosméticos e até de roupas. De acordo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), houve um aumento de 30% no número de produtores de orgânicos em 2020, chegando a aproximadamente 24,6 mil registrados no Cadastro Nacional de Produtores Orgânicos.
Mas, apesar de esse tipo de produto estar cada vez mais presente no nosso dia a dia, muita gente ainda não sabe como identificar um produto orgânico e quais os benefícios para quem consome, produz e para o meio ambiente.
O que são produtos orgânicos?
Errou quem pensou que alimentos orgânicos são somente frutas, verduras e hortaliças. Alguns exemplos de produtos orgânicos são sucos, vinhos, óleos e até carnes e ovos.
Para entrar nessa categoria, é preciso que sejam produzidos sem agrotóxicos, sem uso de substâncias artificiais, pesticidas sintéticos, fertilizantes à base de petróleo ou radiações ionizantes. Não podem sofrer qualquer alteração genética, uso de hormônios ou transgênicos. Além disso, precisam ser cultivados em solo seguros, separados de plantações que têm veneno.
Como não utilizam nenhum tipo de veneno nem antibióticos na produção, eles são muito mais saudáveis, possuem mais fibras e outros nutrientes do que a comida convencional. Por fim, são mais sustentáveis por não contaminarem o meio ambiente.
De acordo com a Lei n° 10.831, de dezembro de 2003, que regula a agricultura orgânica no Brasil, produto orgânico é: “aquele obtido dentro de um sistema orgânico de produção agropecuária – ou extrativista sustentável – que beneficie o ecossistema local, proteja os recursos naturais, respeite as características socioeconômicas e culturais da comunidade local, preserve os direitos dos trabalhadores envolvidos e não utilize organismos geneticamente modificados nem químicos sintéticos”.
Na hora de cultivar os vegetais, os agricultores devem respeitar os ciclos das estações e as características específicas de cada região ao produzir suas culturas. A colheita é realizada na estação certa, ajudando os produtos orgânicos a ficarem mais saborosos e nutritivos.
Quais são os benefícios dos produtos orgânicos?
Como falamos um pouco no tópico acima, existem uma série de benefícios dos orgânicos, tanto em consumo como em produção. Em primeiro lugar, há um menor índice de toxicidade e substâncias prejudiciais à saúde e ao meio ambiente. Como não são produzidos com o auxílio de agrotóxicos, são muito mais seguros.
Esse tipo de produção faz com que os agricultores tenham um menor contato com resíduos tóxicos e que os consumidores também não consumam alimentos com essas substâncias.
Muitos acham que os agrotóxicos estão somente nos alimentos in natura e que os processos de lavagem e processamento do alimento eliminam os resíduos tóxicos. Contudo, uma pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) detectou a presença dessas substâncias em 59% dos produtos mais consumidos no Brasil.
Bisnaguinha, bolachas, bebidas lácteas, entre outros produtos estavam na lista. Ou seja, é possível que processos como lavagem, descascamento, fermentação e cozimento podem aumentar a concentração de agrotóxicos.
Nível de nutrição dos alimentos orgânicos
Outro benefício dos orgânicos é a quantidade de nutrientes. Esse tipo de produto tem uma concentração maior de vitaminas, minerais e antioxidantes e, como consequência, são mais benéficos para a saúde. A principal hipótese para essa vantagem está relacionada ao cultivo que respeita o ciclo de crescimento e até a sazonalidade dos alimentos.
Em terceiro lugar há um maior teor de fitoquímicos, substâncias antioxidantes contidas nos vegetais. Elas conferem as cores características desses alimentos e ajudam a proteger contra doenças. É o caso do betacaroteno presente nas cenouras ou o licopeno presente no tomate. Por consequência, não usar agrotóxicos resulta numa maior concentração desses compostos.
Por fim, não são transgênicos. Os organismos geneticamente modificados são aqueles que têm seu DNA alterado para serem mais resistentes a pragas e outras doenças que podem afetar as plantações.
Apesar de já serem usados há décadas, ainda não é possível saber quais são os principais impactos à saúde humana com o consumo desses tipos de produtos. Alguns malefícios já conhecidos são: aumento das alergias, aumento de resistência aos antibióticos, aumentos do uso de agrotóxicos, além dos riscos ao meio ambiente.
Como saber se um alimento é orgânico?
Há algumas formas de verificar se é alimento orgânico ou não. A primeira é a mais simples: verificar se aquele produto tem o selo federal do Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade Orgânica (SisOrg). O selo deve estar na embalagem, na etiqueta ou no cartaz do supermercado.
Caso esteja comprando um produto direto do produtor em feiras da sua cidade, e tenha dúvidas se realmente é um alimento orgânico, você pode pedir para que o comerciante apresente a declaração de conformidade orgânica.
Segundo o Ministério da Agricultura, todo feirante e produtor deve ter esse documento acessível. Para não errar, você pode consultar onde tem uma feira orgânica perto de você no site Mapa de Feiras Orgânicas, do Idec.
Outra alternativa são as cestas de produtos orgânicos. Hoje há uma infinidade de lugares que vendem essa opção de tamanhos e preços diferentes. A grande vantagem é você apoiar produtores locais e ainda conhecer alimentos novos, já que muitas vezes você não escolhe o que vem na sua cesta.